data-filename="retriever" style="width: 100%;">Todos sabemos das agruras e das dificuldades enfrentadas pelas prefeituras para atendimento das inúmeras demandas sociais postas constitucionalmente sob responsabilidade dos municípios e das questões alusivas à infraestrutura, cujas soluções são de integral responsabilidade das administrações municipais.
Nossa cidade é exemplo patente dessa dolorida realidade. Sucessivas administrações, a despeito da boa vontade e das boas intenções dos circunstanciais titulares do executivo, perderam efetividade administrativa em decorrência da falta de planejamento, de projetos mal elaborados (ou da ausência de projetos), e de opções políticas equivocadas. Disso tudo, resulta a sensação que nós, cidadãos contribuintes, temos absoluto descaso da administração para com a cidade e seus habitantes.
Exemplo disso? Vamos lá, então. Não é admissível que uma obra como a reforma do Calçadão Salvador Isaia, no ponto mais central da cidade, que deveria ser um dos nossos "cartões postais", não obstante, sua óbvia complexidade, se arraste por três anos sem perspectiva de conclusão. Isso - e que me perdoem os gestores da comuna, que sei bem-intencionados - é atestado de incompetência.
Como atestados de incompetência de sucessivas gestões públicas do município, são as ruas esburacadas e a escuridão que nos remete à acanhada e provinciana Santa Maria dos anos 1960 do século passado.
Governar, especialmente na escassez, é, antes de tudo, fazer opções, desde as questões macro da administração - formulação de políticas públicas que contemplem o maior número possível de cidadãos - até o atendimento de demandas menos abrangentes e localizadas, como, exemplificativamente, uma "operação tapa-buracos" em ruas, ou trechos delas, intransitáveis.
Cada vez mais, tenho a impressão de que nos faltam lideranças capazes de coordenar um grande esforço coletivo em benefício da definitiva transformação de Santa Maria na cidade que, às vezes, imaginamos ser e que, sem dúvida, poderíamos ser, pois reunimos todas as pré-condições para tanto.
Temos inteligência, material humano, instituições de Ensino Superior reconhecidas, educação básica e de nível médio qualificada, aporte de recursos da União (massa salarial) que nos transformam em ilha de prosperidade mesmo nos momentos mais agudos de crise econômica. Temos comércio e serviços de qualidade e um apreciável parque fabril em alguns setores como o metalmecânico e o de alimentação. Temos processos de desenvolvimento tecnológico, com as consequências positivas disso decorrentes, em pleno andamento. E produzimos cultura e bens culturais como nenhuma outra cidade do mesmo porte no país.
E, no entanto, nós, que já fomos uma bela e risonha cidade, somos, hoje, uma cidade feia, esburacada, suja, malcuidada, entristecida e com baixa autoestima coletiva. Mas continuamos sendo uma cidade acolhedora, de braços e coração abertos para o mundo. Para sairmos da enrascada em que nos metemos, faltam-nos lideranças capazes de coordenar esforços e ações que nos conduzam de vez para o amanhã.